por Marian Wimmer O design de cenários, na visão de Wimmer, é o fundo visual para a ação de um filme, ao qual o personagem, na sua ação, dá energia e determina a sua função. Os elementos chave desse fundo são: o espaço, o layout arquitetónico e os objetos que o preenchem. O espaço teatral era estático. Foi Gordon Craig quem o dinamizou, utilizando design de luz. O cinema usa um espaço dinâmico e variável, mas não é o design de cenários com o qual o espectador lida aqui, e sim a sua fotografia. Wimmer chama a atenção para a forma como o espectador percebe o espaço cinematográfico, envolvendo os sentidos, a sensibilidade, as emoções, as associações e o intelecto. Wimmer identifica o olho do espectador com o olho da câmera. O ponto folcral é o protagonista e suas ações no ambiente, que contém muito mais informações (de natureza social e psicológica) do que o fundo no teatro. Como afirma, paisagens espaciais e atores juntam-se no movimento da ação por meio de harmonia ou contraste. Sob esta perspectiva e referindo-se a exemplos específicos, Wimmer analisa fatores como a história, imagem em movimento, composição do quadro, edição e a sua relação com o design de cenários e construção do espaço. Ele evoca a metáfora de Aldous Huxley, que descreve o drama cinematográfico como um grande rio cheio de remoinho. É o espaço cinematográfico que forma a base da sua continuidade. (Material não revisado; publicado originalmente na Kwartalnik Filmowy, 1963, nº 52, pp. 3-15).
Entrevista à cenógrafa Christine Jones
por Sarah Rebell & Maria Resavage
Oito vezes por semana, acontece algo mágico no Lyric Theatre da Broadway. Refiro-me não aos magos, varinhas e feitiços, que, afinal, são fantasia, mas sim ao cenário imaginativo e elegante, cheio de segredos e ilusões, sobre o qual a peça Harry Potter and the Cursed Child se desenrola. Este cenário é obra da designer Christine Jones, que foi indicada ao Tony Award de 2018 por sua criação. Christine também recebeu o prémio Obie de 2015 por Excelência Sustentada em Design. Outros créditos incluem American Idiot, pelo qual ganhou o Tony Award de 2010, e a produção original da Broadway de Spring Awakening. Sarah Rebell, juntamente com Maria Resavage, licenciada em Design pela FIT em 2018 e aspirante a cenógrafa, recentemente sentamo-nos com a Christine, numa sala logo após o espetacularmente renovado saguão vitoriano gótico do Lyric, para conversar sobre a abordagem de Christine ao projetar o cenário para o famoso e amado mundo dos bruxos, como seus filhos impactaram e compartilharam sua experiência com Harry Potter, suas impressões sobre as mudanças no campo do design de cenários para mulheres jovens que estão começando e muito mais.